

Como o mercado de carbono funciona em outros países?
09/10/2023
Responder esta pergunta é essencial para influenciar os projetos que estão sendo trabalhados para a regulamentação do comércio de captura e armazenamento de carbono no Brasil. Na medida em que há avanços na discussão, podemos nos inspirar com o formato desse sistema em outras partes do mundo.
Atualmente, existem, ao menos, cinco mercados regulados de carbono e, com base nas experiências deles, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) elaborou um estudo que se tornou referência para a construção de uma proposta para o governo federal sobre a regulação do mercado brasileiro. Confira quais são eles:
1. Mercado de carbono europeu (EU-ETS): utiliza um modelo de governança descentralizado onde decisões importantes são resolvidas entre os poderes Executivo, Legislativo e os países membros, porém, também há a participação do setor privado.
2. Mercado de carbono do Japão (Tóquio-CAT): modelo de governança centralizado, com uma gestão quase total, sendo feita pela Secretaria do Meio Ambiente do Poder Executivo, onde a verificação dos inventários de emissões é feita pelo setor privado.
3. Mercado de carbono da Coreia do Sul (KETS): governança descentralizada verticalmente dentro do Poder Executivo, onde compartilha as responsabilidades com o Ministério do Meio Ambiente e o Ministério das Finanças.
4. Mercado mexicano de carbono (SCE México): modelo de governança descentralizada com setor privado e sociedade civil trabalhando juntos e com a criação de um sistema nacional de inventário obrigatório.
5. Mercado norte-americano de carbono (WCI): estrutura regional descentralizada que tem como base a colaboração entre jurisdições e o setor privado, onde os órgãos ambientais das respectivas jurisdições gerenciam os processos de MRV.
David Colín, diretor de Operações da Bolsa Mexicana de Valores, analisa que o mercado regulado de carbono brasileiro é essencial para o país se alinhar com seus objetivos climáticos e acrescenta: “Isso pode ter resultados que vão além do ambiental, por exemplo, na transição para um aumento de empregos verdes, com as devidas precauções. E também influencia indiretamente a evolução para estilos de vida cada vez mais sustentáveis em nossas sociedades.”
Saiba mais no site Indústria Verde.
