Como o mercado de gás natural pode movimentar a economia e a indústria?
18/06/2019
O mercado de gás natural no Brasil está se transformando e as expectativas são positivas. O Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP) estima a criação de mais de 800 mil empregos diretos e indiretos e uma arrecadação de tributos de R$ 93 bilhões por ano em 2022 apenas com exploração e produção de óleo e gás. As informações são da Revista Confederação Nacional da Indústria (CNI).
Responsável por 13% da matriz energética atualmente, o gás natural pode aumentar a competitividade da indústria brasileira. A começar pelo barateamento do produto com as reservas na camada do pré-sal e da ampliação do uso do combustível para suprir algumas demandas de energia do Brasil.
Mas como atingir o cenário otimista previsto pelo IBP? Para o economista Edmar de Almeida, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), modernizar a infraestrutura é um fator-chave para melhorar a competitividade industrial. Hoje, duas dores afligem o mercado de gás: distribuição e preço.
- Distribuição: construção de novos gasodutos e criação de regras mais competitivas;
- Preço: exploração e produção do pré-sal reduz custos operacionais, consequentemente o preço.
Como o Brasil planeja sanar as dores do mercado de gás natural?
O governo federal espera, até julho deste ano, anunciar o programa “Novo Mercado do Gás Natural”, elaborado pelo Ministério de Minas e Energia (MME) com o Ministério da Economia, em parceria com a Agência Nacional de Petróleo (ANP), o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e a Empresa de Pesquisa Energética (EPE).
A iniciativa pretende atuar em quatro pilares:
- Promoção da concorrência
- Integração do gás natural com os setores elétrico e industrial
- Harmonização das regulações estaduais e federal
- Remoção de barreiras tributárias
Hoje, o Brasil tem matriz elétrica de 13.000 MW de usinas termelétricas a gás natural – 8% da capacidade instalada. Com a exploração do pré-sal, prevista dentro do programa proposto pelo Ministério de Minas e Energia, o sistema pode crescer 5.000 MW até 2027. Outro fator que pode impulsionar a economia e a indústria é o consumidor livre de gás, em que as empresas tenham a decisão de onde comprar o combustível e não somente adquirir nas mãos de distribuidoras.
Os especialistas ouvidos pela publicação apontam também que a revisão das questões regulatórias, melhores práticas nas taxas de renumeração da venda do produto e investimento na expansão da infraestrutura de distribuição e em tecnologia são algumas opções para impulsionar a economia e a indústria. Para ler mais sobre o assunto.
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