

Deflação no setor industrial brasileiro: temos um bom sinal?
17/01/2023
O registro de deflação de 0,68% do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) no mês de julho trouxe uma marca histórica, a menor taxa da série desde 1980. Ainda assim, a economia do país não anda bem e a indústria nacional continua sendo afetada por altos preços e taxas.
Nem mesmo os dados sobre a produção industrial, que trouxe um crescimento de 0,9% na passagem do primeiro para segundo semestre do ano, sinalizando uma leve aceleração, foram suficientes para entusiasmar os especialistas acerca do cenário brasileiro.
Mas o que está acontecendo? Vamos a algumas observações importantes: os insumos que levaram à deflação de julho vieram basicamente de dois grandes setores: combustível e energia. Algumas medidas governamentais foram responsáveis por interferir em impostos relacionados aos produtos e serviços das áreas, porém, não serão suficientes para garantir estabilidade nos próximos meses.
Na contramão dos índices positivos está o grupo de alimentos e bebidas, que seguiu com altos registros. Em julho, o leite longa vida subiu 25,46%, e os leites e derivados, 14,06%, de acordo com relatório do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O gerente da pesquisa, Pedro Kislanov, explica os motivos para a alta de preços desses alimentos: “Essa alta do preço do leite é explicada pelo período de entressafra, que vai de março a setembro, outubro, quando as pastagens estão mais secas, e prejudica a oferta do produto. Mas também por uma alta dos custos ao produtor, como o de ração animal, principalmente soja e milho, e de fertilizantes e outros insumos. Vamos lembrar que dois grandes exportadores de insumos agrícolas são Rússia e Ucrânia. Logo, a exportação foi prejudicada com o advento da guerra no início deste ano.”
Saiba mais no site da FIESP e da Agência Brasil.
