Hackers estão mirando instalações industriais

O número de ataques de ransomware – aqueles em que os hackers bloqueiam sistemas das empresas e exigem pagamento de resgate – aumentou 46% nas indústrias no primeiro trimestre do ano, diz um relatório da Honeywell, empresa especializada em segurança cibernética. Foram detectadas 2.472 empresas vítimas desse tipo de ataque, apenas durante esse período.
Segundo o Relatório de Ameaças à Segurança Cibernética de 2025 (em inglês, para download), além do ransomware, aumentou brutalmente o número de ataques de malware (softwares maliciosos criados para infiltrar sistemas e executar ações criminosas, como roubo de informações, espionagem ou golpes cibernéticos). Por exemplo, um determinado cavalo de troia (também conhecido como trojan, um malware que se disfarça de programa de computador normal), criado para roubar credenciais de operadores industriais, teve um crescimento de 3.000% apenas entre janeiro e março.

Cerca de 71% das ameaças identificadas possuem o potencial para causar paralisações graves ou “sequestro” remoto de sistemas nas fábricas. As vítimas incluem desde uma empresa de água e esgotos dos Estados Unidos, que atua em 14 estados, até uma grande linha aérea japonesa. Elas foram concentradas em oito principais setores:

• Construção 21%
• Manufatura 21%
• Tecnologia 17%
• Saúde 17%
• Agricultura e alimentos 8%
• Energia 7%
• Transporte e logística 7%
• Telecomunicações 3%

Os ataques provocaram prejuízos de mais de US$ 1 bilhão somente em pagamentos de resgate, sem contar as perdas causadas pelos períodos de paralisação das atividades e o potencial prejuízo com vazamento de senhas e informações confidenciais de empresas e clientes.

Um ponto preocupante para a indústria é que o tipo de invasão capaz de interromper ou controlar processos físicos cresceu de 55% para 71%, sinalizando uma mudança no estilo de ataque. Hackers que antes buscavam simplesmente espionar ou travar softwares agora agem para bloquear ações físicas, o que torna o risco desses ataques ainda mais grave. O setor de energia, um dos mais críticos, tem consciência desse perigo e passou a se organizar para prevenir esses riscos.

Leia mais nos sites da Revista Automação, da Honeywell (em inglês), onde o relatório completo está disponível para download (em inglês), e nessa entrevista que fizemos sobre o setor de energia.