Tecnologia contra a falsificação de alimentos e bebidas

22/10/2025

A crise da falsificação de bebidas destiladas, que causou mortes e internações nos últimos meses, é a face mais visível de um tipo de crime silencioso e cada vez mais comum: a falsificação de alimentos e bebidas. Felizmente, a tecnologia pode ser uma aliada da indústria na luta contra esse tipo de crime.

É cada vez mais comum ver grupos criminosos fraudando a venda de alimentos e bebidas das mais diversas formas – da adulteração de datas de validade até o envasamento de produtos baratos dentro de embalagens usadas de produtos de primeira linha, passando pela diluição e pela falsificação pura e simples dos produtos, o chamado “vender gato por lebre”. A Associação Brasileira de Combate à Falsificação (ABCF) mostra que, entre 2020 e 2024, a quantidade de fábricas clandestinas de bebidas fechadas por autoridades no país saltou de 12 para 80, o equivalente a uma interdição a cada cinco dias. Estima-se que uma em cada três garrafas de bebida destilada vendida no país seja falsificada. Mas o problema é ainda maior. A falsificação de alimentos, sozinha, movimenta R$ 662 milhões somente no estado de São Paulo, segundo estimativas. Produtos como o azeite de oliva, que possui alto valor, são falsificados com frequência.

Um caminho para combater esse problema, as tecnologias da Indústria 4.0 têm transformado a rastreabilidade dos alimentos, aponta um estudo da Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getulio Vargas (FGV- EAESP), que verificou o impacto de diversas soluções no setor: blockchain, internet das coisas (IoT), Big Data, QR Codes, etiquetas de radiofrequência (RFID), GPS e código de barras. De acordo com a pesquisa, essas ferramentas permitem aumentar a confiança do consumidor, aperfeiçoar o controle de qualidade e dar resposta rápida a riscos sanitários. Setores que precisam mostrar origem controlada e verificar legitimidade, como o de carnes e pescados, bebidas alcoólicas ou alimentos orgânicos são os que têm mais potenciais benefícios com essas soluções.

Tecnologias como blockchain permitem registrar e controlar de maneira precisa os trajetos e as movimentações de cargas e produtos, mas os custos elevados para sua implementação são um dos obstáculos. A falta de equipamentos ou de capacitação é uma dificuldade para implementação de algumas tecnologias, enquanto outras não são amplamente adotadas por falta de padrões setoriais ou regulamentações. A crise das bebidas falsificadas, porém, pode ser o estímulo que faltava para a adoção mais ampla de muitas dessas soluções.

Saiba mais nos sites Estadão, G1, O Globo, Times Brasil, Feed Food, Higiene Alimentar e FGV. O estudo da FGV está disponível na íntegra aqui (em inglês).

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