Uma cultura de biodegradabilidade

28/06/2019

Por Raphael Matta*

A pauta ambiental ganha cada vez mais espaço na sociedade. Os avanços na área cresceram, a legislação endureceu e, naturalmente, a preocupação com a sustentabilidade do planeta foi aumentando. Embora alguns creiam que já avançamos o suficiente, acreditamos que ainda existe muito a ser feito.

No mundo corporativo, é crescente o número de empresas cientes da relação entre a sustentabilidade do planeta e a dos negócios. Um ecossistema natural com temperaturas mais altas e clima instável, além de ar, mares e rios poluídos, é ruim não apenas para a população. Em ambientes caóticos como esse, no geral, perde-se mais dinheiro do que se ganha. Assim, o empresariado está cada vez mais consciente da necessidade de se adaptar a um mundo mais sustentável e disposto a “pagar o preço” dessa mudança – não só pelo planeta como também pela continuidade dos negócios. E, sim, esse ajuste foi precificado. Estudo divulgado pelo CDP em junho de 2019 projeta em US$ 1 trilhão o “custo climático” com que as empresas terão que arcar. Antigamente conhecido como Carbon Disclosure Project, o CDP entrevistou executivos de companhias protagonistas globais que, juntas, têm valor de mercado estimado em US$ 17 trilhões.

Transportando essa realidade para o segmento de lubrificantes, fica claro que alguns países iniciaram esse movimento, mas ainda há muito o que avançar no Brasil. Por aqui, o transporte marítimo e o mercado offshore lideram essa jornada, impulsionados pela legislação internacional – em águas norte-americanas, por exemplo, o uso de lubrificantes biodegradáveis em navios com mais de 79 pés já é recomendado desde 2013, e países nórdicos, Alemanha e Japão já adotavam padrões semelhantes antes disso. É que nesses mercados, sobretudo no segmento de Oil&Gas, há uma especial preocupação nas aplicações com risco potencial de contaminação do meio ambiente. Ou seja, nos lugares onde essa questão está mais resolvida, a pressão ambiental fez efeito, a legislação endureceu, os riscos legais aumentaram e o empresariado entendeu que era melhor prevenir do que remediar, com lucros para todo mundo (sociedade e corporações).

Entretanto, o uso dos lubrificantes biodegradáveis ainda é tímido, em especial quando se olha o mercado brasileiro como um todo. Tais produtos são recomendados por sua propriedade de biodegradabilidade imediata. Ou seja, em caso de um vazamento, no mínimo 60% da sua massa se degrada na natureza em até 28 dias pela atuação de micro-organismos presentes no meio ambiente. Porém, vale ressaltar que essa propriedade de biodegradabilidade imediata em nada afeta o desempenho do lubrificante quando em uso.

Apesar dos potenciais benefícios desse tipo de tecnologia, não há obrigatoriedade na legislação nacional para o uso em determinadas aplicações e tampouco claro incentivo para o seu uso, como atenuantes na lei para o caso de uso de lubrificante biodegradável quando há acidentes ambientais, por exemplo. Nesses casos, atualmente, o tratamento das autoridades e órgãos responsáveis é idêntico, seja envolvendo lubrificantes convencionais ou biodegradáveis. Esse cenário faz com que o uso de lubrificantes biodegradáveis hoje, no Brasil, esteja muito mais ligado à cultura ambiental da empresa do que qualquer outra coisa.

A Mobil™ acredita bastante na mudança, que é inevitável, e na conscientização do mercado acerca dos benefícios desses produtos, que vão além dos ecológicos. E, para apoiar essa transformação, está preparada com uma linha completa de lubrificantes biodegradáveis, serviços especializados e uma equipe de campo experiente, sempre pronta para apoiar os clientes com consultoria sobre a aplicação adequada dos produtos e variados benefícios relacionados a segurança, meio ambiente e produtividade. Além disso, trabalhamos no cenário macro para sensibilizar as autoridades sobre o impacto positivo que a utilização desses lubrificantes trará.

A cultura de biodegradabilidade é necessária e traz mais segurança para o ambiente, protege as marcas e traz mais sustentabilidade às empresas. Nesse movimento, ganham o planeta, as pessoas e também os negócios. Então, não se permita assustar pelo trilhão.


* Raphael Matta é coordenador de Marketing da Moove

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