América Latina é maior alvo de ciberataques
22/10/2025
Dois relatórios sobre segurança cibernética divulgados recentemente por empresas especializadas acendem um alerta para a indústria. O primeiro, da Kaspersky, mostra que a América Latina é a região do mundo que tem o aumento mais acelerado de ataques cibernéticos – 25% ao ano, em média, entre 2014 e 2023. Segundo informações da empresa, que opera com sistemas de segurança digital, nos últimos 12 meses foram bloqueados mais de 726 milhões de ataques de malware, programas maliciosos que infectam computadores e celulares. Isso corresponde a 23 ataques por segundo, cerca de dois milhões de ataques por dia. A indústria é o segundo setor com mais ataques desse tipo, com 18,87%, perdendo apenas para as instituições governamentais, que representam 42% dos casos. O índice da indústria é maior que a soma do varejo (4,47%), da educação (3,50%), da agricultura (3,03%), da saúde (2,69%) e da tecnologia da informação (1,83%).
Segundo o relatório, a América Latina também sofre com ataques de phishing (disparados por meio de mensagens falsas), dos quais 42,8% ocorreram no Brasil. Os ataques de ransomware, em que o hacker bloqueia e “sequestra” os sistemas da vítima, exigindo um resgate, também aumentaram. Esse tipo de cibercrime ganhou visibilidade nos últimos meses por conta de ataques gigantes, como o que paralisou a produção da Jaguar Land Rover.
Um outro estudo, da Check Point Software, sobre ataques hackers a empresas de manufatura, revela um cenário global alarmante: fabricantes enfrentam, em média, 1.585 ataques cibernéticos semanais por organização, um aumento de 30% no cibercrime em relação a 2024. A América Latina e a região da Ásia-Pacífico foram as mais atingidas, com destaque para Taiwan, onde a média atingiu 5.100 ataques semanais. O que antes era visto como um problema de TI agora é entendido como um risco de segurança, muitas vezes maior que os assaltos físicos, porque os potenciais prejuízos podem ser maiores.
Os ataques dos hackers crescem junto com a Indústria 4.0, já que a automação, a robotização e a internet das coisas (IoT) trazem consigo a possibilidade de invasões e contaminações por softwares maliciosos. Para muitas indústrias, uma conclusão preocupante é que o nível de segurança de uma empresa é igual ao nível de segurança de sua cadeia produtiva, já que os cibercriminosos têm se aproveitado com frequência de fornecedores e prestadores de serviço para ganhar acesso às redes das empresas maiores. “Muitos ainda enxergam gastos em segurança cibernética como um custo e não como um investimento em prevenção que pode salvar sua cadeia produtiva. Especialmente as pequenas e médias empresas, que não se veem como um alvo, até que o incidente ocorra”, lamenta Paulo Henrique Mariano, especialista em Segurança Cibernética, Analista de Tecnologia e professor do Senai-MG.
Saiba mais nos sites Infomoney, Bloomberg Linea, CIMM e Itatiaia. O relatório completo da Check Point (em inglês) pode ser baixado aqui.
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